Nesse trecho do livro "Santas Almas de Itabaiana Grande ", Vlademir de Souza Carvalho comenta o surgimento do primeiro Grupo Escolar criado em Itabaiana, e da importância do mesmo no processo educacional da cidade.
Logo em Seguida, ele comenta como o surgimento desse estabelecimento e a necessidade educacional vigente no período, influenciou na implantação do Murilo Braga, e sua importância.
“Em torno dele é que o ensino primário, acompanhando as evoluções da época, vai girar, a ponto de exigir em seguida, a criação de um ginásio, o que foi feito em 1949, na gestão municipal da José Jason de Correia, e no Governo Estadual de José Rollemberg Leite. Funciona a primeira turma da Escola Normal Rural “Murilo Braga”, inicialmente com o curso ginasial, e logo em seguida com o pedagógico. O curso científico veio a ser criado recentemente, em 1969, graças à insistente luta de um filho da terra, José Augusto Machado, que não cessou de lutar enquanto não viu concretizado os anseios da estudantada serrana. O curso técnico data de 1967, e foi uma das mais notáveis realizações do Monsenhor José Curvelo Soares, pároco da freguesia.
Nesse trecho do livro há uma referencia aos novos estabelecimentos de ensino primário, que promovia o projeto de inclusão educacional, e as escolas particulares, que paralelamente produziam uma educação mais elitizada,
“Enquanto isso, as escolas particulares se multiplicam, algumas com mais de vinte e cinco anos de funcionamento, como é exemplo o Educandário “Nossa Senhora Menina”, criado e dirigido pela professora Maria Meneses dos Santos. O Colégio “D. Bosco”, mais recente, abriu novos campos na didática do ensino primário, e já parte para o ginasial. O Estado participa, ante a deficiência do ensino primário municipal, que conta com escolas até em garagens, com grandes grupos primários, como o Grupo Escolar “Dr.Airton Mendonça Teles”, Grupo Escolar “Eliezer Porto”, Grupo Escolar“Eduardo Silveira”, Escola de Aplicação “Zenaide Schustz”, além do tradicional Grupo Escolar “Guilhermino Bezerra” todos localizados em pontos diferentes da cidade, funcionando em prédios próprios. A perspectiva, para breve, é de se instalar, em Itabaiana, uma faculdade deensino superior, seja de Ciências Econômicas ou de Agronomia.
Livro - Santas Almas de Itabaiana Grande Escrito por Vladimir Souza Carvalho em 1973 o livro retrata toda a história da cidade, vida política, social, judiciária, cultural entre outras informações desde a colonização até a década de 70.
Como o livro tem sua publicação na década de 70, vários episódios posteriores não são relatados, entre eles a decadência educacional da escola pública. O Murilo Braga, que até esse período tinha se tornado a principal escola do interior sergipano, foi perdendo a credibilidade e aumentando a desorganização. Professores faltosos, diretores incapazes, e a política cada vez mais forte, transformaram o ensino numa verdadeira escola pro nada. Diante desse cenário as escolas particulares criaram fôlego e começou a surgir vários centros educacionais. Pedacinho de Gente, Colégio Didático, Colégio Opção, Monteiro Lobato e tantas outras, junto com o tradicional Dom Bosco, provocaram uma evacuação nas escolas públicas e uma concorrência desleal nos vestibulares. No inicio do Século XXI Itabaiana ganha as tão sonhadas faculdades de ensino superior. Primeiro uma universidade Particular e logo em seguida, em 2006, chega no município, por incentivo conjunto da política local e pelo projeto de interiorização das Universidades do Governo Lula, um modulo da UFS, Universidade Federal de Sergipe, alcançando 10 cursos e 500 vagas anuais.
Jamyson Machado – Cientista Social.
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